Por: AYRTON DIAS - 27/05/2025 17:36:17

NOVA FRIBURGO - A "SUÍÇA BRASILEIRA"

O município foi fundado há mais de 200 anos por suíços que participaram da maior emigração organizada da história do seu país

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Nova Friburgo é conhecida como a cidade de todos os povos! Há de se fazer justiça aos diversos países colonizadores que contribuíram para a prosperidade da “Princesinha da Serra”. A multifacetada Friburgo é fruto de notórias influências que atuaram de ma

Em 4 de julho de 1819 partiram de navio da Europa 2.006 suíços que tinham como missão fundar uma colônia no Brasil. Eram 830 pessoas do cantão de Fribourg, 500 de Berna (incluindo o Jura de Berna), 160 do Valais, 90 do Vaud, 5 de Neuchatel, 3 de Généve, 143 de Aargau, 118 de Solothurn, 140 de Lucerna e 17 do Schwyz, mas em função das adversidades da viagem apenas 1.617 chegaram à “terra prometida”, sendo que 14 bebês nasceram durante o conturbado percurso.

Dos 11 cantões suíços envolvidos na viagem ao Brasil, Friboug é o que mantém maior relação de proximidade. Foram quase mil pessoas que partiram de lá em “jornada sem volta” com o objetivo de fundar uma cidade. Para Marcel Auguste Shcuwey, um dos coordenadores do intercâmbio do bicentenário da colonização em 2018, a participação do seu povo nesse processo sempre foi motivo de muito orgulho. “Por 160 anos os laços de amizade ficaram esquecidos, mas a partir de 1977 conseguimos retomar cordiais relações. No ano do bicentenário meu país festejou muito e mais de uma centena de suíços vieram participar dos eventos alusivos aos 200 anos de Nova Friburgo!”

Sem dúvida, coube aos suíços o protagonismo no processo inicial da colonização friburguense e a histórica retomada de relações resultou em intenso afeto mútuo e constante intercâmbio. A cordialidade entre a famosa cidade serrana e, notadamente, o Cantão de Fribourg, que deu nome ao município, é impressionante e admirável!

Segundo o presidente da Associação Nova Friburgo-Fribourg Geraldo Thuler, “após longos anos de afastamento somente na década de 1970 - através das pesquisas realizadas pelo suíço Martin Nicoulin que culminaram com a publicação do livro ‘A Gênese de Nova Friburgo’- foram retomados os laços de amizade”. Essas pesquisas resgataram todos os sobrenomes das famílias suíças pioneiras despertando enorme sentimento de pertencimento em seus integrantes. Eles passaram a escrever biografias, organizar encontros anuais e fazer intercâmbio com a terra natal de seus ascendentes.

Geraldo faz questão de destacar que o trabalho de Nicoulin, dentre outras coisas, incentivou a criação do Instituto Fribourg-Nova Friburgo. “Em 1977 veio um grupo de suíços a Friburgo e durante a visita foi criado esse Instituto que tem por objetivo promover ações culturais. A primeira iniciativa da instituição foi difundir uma antiga tradição suíça: a fabricação de queijo. Para isto foi inaugurada em 1º de agosto de 1987 (Dia Nacional da Suíça) a Queijaria-Escola, que posteriormente passou a se chamar Queijaria Suíça que atualmente está arrendada por uma empresa privada. Para ensinar a produzir chocolates artesanais, outra tradição helvética, o Instituto, através da doação da empresa Nestle, inaugurou uma Chocolataria”.

Sem dúvida, coube aos suíços o protagonismo no processo inicial da colonização friburguense e a histórica retomada de relações resultou em intenso afeto mútuo e constante intercâmbio. A cordialidade entre a famosa cidade serrana e, notadamente, o Cantão de Fribourg, que deu nome ao município, é impressionante e admirável!

Segundo o presidente da Associação Nova Friburgo-Fribourg Geraldo Thuler, “após longos anos de afastamento somente na década de 1970 - através das pesquisas realizadas pelo suíço Martin Nicoulin que culminaram com a publicação do livro ‘A Gênese de Nova Friburgo’- foram retomados os laços de amizade”. Essas pesquisas resgataram todos os sobrenomes das famílias suíças pioneiras despertando enorme sentimento de pertencimento em seus integrantes. Eles passaram a escrever biografias, organizar encontros anuais e fazer intercâmbio com a terra natal de seus ascendentes.

Geraldo faz questão de destacar que o trabalho de Nicoulin, dentre outras coisas, incentivou a criação do Instituto Fribourg-Nova Friburgo. “Em 1977 veio um grupo de suíços a Friburgo e durante a visita foi criado esse Instituto que tem por objetivo promover ações culturais. A primeira iniciativa da instituição foi difundir uma antiga tradição suíça: a fabricação de queijo. Para isto foi inaugurada em 1º de agosto de 1987 (Dia Nacional da Suíça) a Queijaria-Escola, que posteriormente passou a se chamar Queijaria Suíça que atualmente está arrendada por uma empresa privada. Para ensinar a produzir chocolates artesanais, outra tradição helvética, o Instituto, através da doação da empresa Nestle, inaugurou uma Chocolataria”.

Casa Suíça e o Memorial da Colonização

A Casa Suíça é um espaço vivo e dinâmico que mantém uma exposição permanente no Memorial da Colonização Suíça, um presente do governo do Canton de Fribourg. O Memorial foi desenvolvido para apresentar de maneira muito bem documentada e com grande riqueza de detalhes, a história da presença helvética em Nova Friburgo.
Inaugurado em 1º de agosto de 1996, o Memorial é um grande atrativo no qual, através de visitas guiadas, é possível conhecer importantes momentos históricos. Essas visitas, que são conduzidas por guias especializados, apresentam de maneira envolvente toda a histórica saga em meio a mobiliário, trajes, ferramentas e utensílios que evocam o dia-a-dia dos colonizadores.

Nessa verdadeira viagem ao passado, o visitante vislumbra a fundação de Nova Friburgo e os eventos que propiciaram a reaproximação dos suíços e
brasileiros nos últimos anos. Um moderno sistema multimídia também permite o acesso ao histórico dos primeiros imigrantes suíços e a uma série de vídeos em alta definição que mostram a Suíça como ela é hoje, com seu povo, suas cidades, montanhas, rios e castelos.

O Memorial é parte integrante de um complexo turístico repleto de atrações como Queijaria e Chocolataria, lojas de lembranças e artesanatos, ateliê, um encantador jardim que dispõe de lago, chafariz e uma majestosa estátua do herói suíço Guilherme Thell, e até uma premiadíssima Cervejaria (Alpendorf), que conta com espaçoso Biergarten.

Curiosidades históricas:

- A dificuldade de comunicação fez com que vários sobrenomes tivessem grandes alterações na grafia. Tacheron, por exemplo, passou a ser registrado como Teixeirão.

- Em seu centenário (1918), representantes do município comemoraram a data telegrafando a Portugal para comunicar que estava cumprida a missão designada por Dom João VI. Comemorava-se os 100 anos também com a composição do hino à glória dos fundadores.

- Segundo o Instituto Histórico e Geográfico, de acordo com a documentação existente, o município deveria celebrar sua fundação a partir de 03 de janeiro de 1820, data da fundação da Câmara. Essa polêmica surgiu durante as comemorações do 150°aniversário e mesmo assim a celebração continuou ocorrendo em 16 de maio.

- O bicentenário tem como data referencial o ano de assinatura do decreto real (16 de maio 1818), mas 16 de novembro 1819 é muito representativa pelo fato de registar a chegada dos primeiros suíços no Brasil. O dia 1 de agosto é o dia Nacional da Suíça e a Casa Suíça promove durante todo esse mês diversos eventos comemorativos, tendo como principal atração o concorrido Festival do Chocolate!

- Existem apenas nove queijos tipicamente brasileiros, e o Moleson de Nova Friburgo é um deles. Trata-se de um queijo de massa semidura com casca lavada e firme. Maturado por sessenta dias, ele é amanteigado, levemente picante e de intensidade mediana. O Moleson foi o primeiro queijo de casca lavada a ser desenvolvido no Brasil. Seu diferencial consiste na aplicação, sobre a massa, de uma bactéria lática chamada lines, que forma uma fina camada de enzimas que agem sobre ela, conferindo ao queijo sabor e aroma especiais.

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